sábado, 18 de outubro de 2008

Culto do corpo, aliado ao processo imparável...


A história da veneração do corpo, remonta aos primórdios desde histórias como a de Adão e Eva, ao se taparem com folhas. Nos tempos primitivos, o "tapar" do corpo foi o início da moda, adornavam-se com peles e outros adereços orgânicos mas sempre de uma forma harmoniosa. Na Mesopotâmia (actualmente Irão), a importância do corpo centrava-se na mulher, surgindo os primeiros vestidos. Na Babilónia (actualmente Iraque), inventaram-se os trajes festivos.

Com os gregos, era dada maior importância à beleza física... (Pelos vistos começou cedo, esta bela história, sim senhor...Belo serviço)!!! Estes queriam era mostrar o corpo, o mais despido possível para que lhes fizessem uma estátua, este pensamento não os ligava muito ao traje, o que ironicamente deixou-lhes mais tempo para pensar, surgindo assim os grandes filósofos.

Dando um grande salto histórico..


Assistiu-se ao grande BOOM nos anos 60, com os movimentos de libertação centrados no corpo, as mulheres queimavam soutiens, exibiam-se o mais nuas possível e reclamavam prazeres e direitos até então só atribuídos aos homens.

Na década de 80 o corpo foi explorado através da ideia de exibição, de marketing, de imagem, custe o que custar o corpo valeu pelo enfeite, pela roupa, o ouro nas mulheres e até nos homens, os excessos, enfim uma catadupa de coisas sobrevalorizadas exteriormente, superando ampla a avassaladoramente conceitos como o valor e capacidades pessoais, uma personalidade digna de valores e código moral/ético, dignos de admiração.

Parece que com o decorrer dos tempos, o corpo foi-se tornando desligado do cérebro, é quase só social e anatómico, sendo composto de "alavancas ósseas articuladas pelas forças musculares".


O culto do corpo é mais relacionado com a veneração do mesmo, utilizando para isso várias ferramentas, indo desde dietas exóticas, sessões de ginásio ou exercício, passando por técnicas de relaxamento, etc... Estas práticas resultam numa melhor disposição física e mental, tornando mais fácil enfrentar o stress do dia-a-dia, além de sempre se sentir bem ao olhar no espelho e ver reflectida uma imagem bonita e perfeita.

Arriscando a perder as réstias de diginidade e credibilidade que restam a este blog, aproveito para introduzir um conceito novo, sob a forma de um processo estupidificante que ameaça tornar-se imparável, assolando principalmente Portugal. Senhoras e senhores... "A Ronaldização!"

Quantas vezes não somos bofeteados fatidicamente, por situações em que se privilegia o aspecto físico em detrimento da personalidade?
Não sou hipócrita ao ponto de dizer que não é importante o físico, pois sinto que é muito mais importante poder confiar em alguém, poder conversar ou debater, encaixar em várias coisas, ver que estamos com alguém com princípios e valores com os quais nos identificamos ou que apenas algo nos dizem, mas reger a vida e a rede de contactos só por isso, é muito triste e decepcionante. Querendo acrescentar algo mais: "Dinheiro não compra bom gosto"...

Chamem-me velho ou antiquado... mas... Cum camandro!!! Tenho 25 aninhos e não me identifico com a sociedade do "actual"...