domingo, 14 de dezembro de 2008

Quando a magnificência não traz rótulo!!!

Estou de volta!
Não, não me sinto como novo, nem a inspiração voltou! Aquele bichinho que faz acordar de noite, com uma ideia luminosa acerca de um assunto para escrever, ainda não regressou. Volto a escrever, mas desta vez em letra maiúscula "AINDA"!


Neste domingo gélido, com mistos de cinzento e de branco, num dos meus passeios pelos meandros da Rede Global, deparo-me com um facto que irei de seguida descrever e de que modo nos afecta o título que dei a este post!!!
Então é assim... Mais uma vez e simplesmente: "Quando a magnificência não traz rótulo"!!!

Recente vai o ano de 2007, quando um jovem [de 41 anos :) ] desce uma típica estação de metro, vestindo calças de ganga, t-shirt e boné. Encosta-se próximo à entrada, tira o violino da caixa e começa a tocar com entusiasmo para a multidão que freneticamente passa por ali , bem na hora de ponta matinal.

Tocou durante 45 minutos, mas foi praticamente ignorado por grande parte daqueles que por ali passaram. Ninguém sabia quem era este desconhecido.

Quem diria que o músico que ali se encontrava, que podia ser apenas mais um músico que tentava a sua sorte com o objectivo de poder arranjar mais umas moedinhas que o permitissem sobreviver mais alguns dias, era afinal Joshua Bell, um dos maiores violinistas do mundo, executando peças musicais consagradas num instrumento raríssimo, um Stradivarius de 1713, estimado nuns "míseros" mais de 3 milhões de dólares.


Alguns dias antes, Bell tinha tocado no Symphony Hall de Boston, onde os melhores lugares custavam a "bagatela" de 1000 dólares.

A experiência, gravada em vídeo, mostra homens e mulheres de andar apressado, copo de café na mão, telemóvel ou leitor mp3 ao ouvido, mostrando indiferença ou quiçá mesmo desprezo, pelo som do violino. A iniciativa realizada pelo jornal "The Washington Post", era com a ideia de lançar um debate sobre valor, contexto e arte.

Os norte-americanos não pensem que foram pioneiros, pois o nosso Tim (sim, o "líder" dos Xutos e Pontapés), numa versão muito mais popular, efectuou exactamente o mesmo exercício, ou seja, pôs-se a tocar na rua típica de Lisboa, disfarçado, com o estojo da guitarra aberto para recolher umas moedinhas. Logicamente que ninguém o reconheceu. Tal como a Joshua Bell, quem sabe se também este não terá sido ignorado ou até mesmo evitado, pelas centenas de pessoas??

Que aconteceria se a um dos melhores carros do Mundo, (vamos pegar num Ferrari 599GTB, que é apenas um dos carros mais caros e velozes de sempre, custando a módica quantia de
pouco mais de 300 mil euros), fosse retirado o mágico símbolo do cavalo e fosse colocado outro símbolo de uma marca talvez indiana, daquelas que nem os requisitos mínimos de segurança costumam preencher, de modo a poder circular na via pública?

Sendo de seguida posto à prova contra um carro de segmento inferior, mas de qualquer outra marca aclamada, em que o nosso veículo transformado, vencesse o seu rival em larga escala? Certamente os entendidos na matéria dariam mais importância do que ao vencido, e não ao vencedor, por este se tratar de algo teoricamente mais barato, e de nome inferior.


Qual a lição de vida de hoje?

Estamos acostumados a dar valor às coisas quando estão num contexto ou num "pacote falso envolvente", sendo sobrevalorizadas! Está visto que fazemos o mesmo com as pessoas!

Contra mim falo, reconheço isso!

Será que não passamos todos os dias, por situações em que desprezamos isto ou aquilo, este ou aquele, podendo tratarem-se de uma obra de arte sem moldura ou de um artefacto sem etiqueta de luxo?

O vídeo do metro, com Bell...

Pensamento do dia: As Calorias são pequenos animais que vivem nos roupeiros e que durante a noite apertam a roupa das pessoas.


1 comentário:

Anónimo disse...

já estavam a faltar os meus comentários...gostei especialmente deste post!!! Sim é verdade ...por vezes neste mundo caótico e apressado não nos apercebemos de pequenos pormenores que nos rodeiam ou neste caso grandes pormenores que nos passam ao lado e que não damos a minima importância!!! A partir de hoje vou dar mais importância ao k m rodeia....por isso já valeu a pena ler este post!!! continua com esta tua inspiração ( o problema é do frio!!!)lolloll mas estás lá!!!

Carla Coelho