sábado, 14 de junho de 2008

Ontem perguntaram-me...

Apesar de uma Sexta-Feira 13, dia de muitas e variadas superstições, ontem foi um daqueles dias que tão cedo não conseguirei descrever. Foi muito bem passado em companhia de membros "da família", só isso já seria motivo para dizer que foi um bom dia, mas algo mais aconteceu.

Esse algo, foi tão simples quanto uma inesperada pergunta por parte de um desconhecido no meu local de trabalho, que após uma conversa em "amena cavaqueira", faz um momento de silêncio como que a tomar coragem, e interpela-me com uma pergunta que tantas vezes me tem dado volta à cabeça desde então...

"O que é para si o rancor?"

Fiquei de tal modo surpreendido, que se seguiram sucessivos abrir e fechar da minha boca, por simplesmente não saber o que lhe responder assim tão repentinamente...
Os olhos deste senhor, transbordavam muita experiência e saber de vida, logo também muitas alegrias e certamente também muito sofrimento... Sorri para mim e volta a confrontar-me...

" Desculpe tal insensatez da minha parte, você é ainda muito novo e acredito que ainda não terá motivos para sentir tal coisa... Lembra-se dos maços de tabaco, em que são feitas advertências ao fumador activo?? Pois então, tenho uma a fazer: Rancor mata!!! Mas deixe-me responder-lhe: Rancor é um sentimento que vai matando! Por vezes mata mais que uma pessoa, mata o outro mas também o rancoroso... Rancor provoca cancro, ansiedade, problemas cardíacos... O pior de tudo, é que se vai alimentando de nós próprios, por ser tão amargo... Siga este meu conselho e se quer chegar um dia da sua vida e poder dizer que se considera feliz, tente afastar-se de tudo o que lhe faz mal!!! Faça uma viagem interior, e analise tudo à sua volta, desde pessoas, situações e até mesmo objectos!!! Não deixe que um dia possa chegar à minha idade e culpar-se a si próprio por não ter tido capacidade de discernimento e decidir o que realmente é importante para si!

Mais uma vez, fiquei sem capacidade de resposta, pois no espaço de uma semana, era esta a segunda vez que tal conselho me era dado, embora em situações completamente distintas e por pessoas diferentes...

A conversa não deu para muito mais, mas tomou tal importância em mim, que ainda hoje dou por mim a pensar nisso. É verdade que no passado já tomei contacto com este sentimento, mas nunca o deixei ocupar espaço dentro de mim, de modo que o deixasse conduzir a minha vida...

Pensamento Zen d
o dia: Quanto mais nos focamos no que não queremos mais o conseguimos.

1 comentário:

Obscuramente disse...

O rancor... essa "coisa"...

Palavras sabias... mas a linha entre o que é necessario aprender dos erros e desenganos consequentes, e o ponto em que as memorias das frustrações nos controlam, é tenue e de dificil definição...


Continua a abrir as asas papagaio...
Abraço...